sexta-feira, 17 de abril de 2009
Podias estar aqui
podias estar aqui
onde meus lábios terminam
e começa o mar dos meus pedaços
podias estar aqui
na janela onde debruço a alma
em gestos do meu, rosto a recordar-te
podias estar aqui
só no teu rosto vi a aurora
como nunca vi em mais algum.
António Paiva
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Janela do tempo
terça-feira, 14 de abril de 2009
As conchas do mar
sexta-feira, 3 de abril de 2009
A vida nunca foi só Inverno...
Não tenhas medo do amor. Pousa a tua mão
devagar sobre o peito da terra e sente respirar
no seu seio os nomes das coisas que ali estão a
crescer: o linho e genciana; as ervilhas-de-cheiro
e as campainhas azuis; a menta perfumada para
as infusões do verão e a teia de raízes de um
pequeno loureiro que se organiza como uma rede
de veias na confusão de um corpo. A vida nunca
foi só Inverno, nunca foi só bruma e desamparo.
Se bem que chova ainda, não te importes: pousa a
tua mão devagar sobre o teu peito e ouve o clamor
da tempestade que faz ruir os muros: explode no
teu coração um amor-perfeito, será doce o seu
pólen na corola de um beijo, não tenhas medo,
hão-de pedir-to quando chegar a primavera.
Maria do Rosário Pedreira
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