segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Como um vento na floresta


Como um vento na floresta
Minha emoção não tem fim
Nada sou, nada me resta
Não sei quem sou para mim

E como entre os arvoredos
Há grandes sons de folhagem
Também agito segredos
No fundo da minha imagem

E o grande ruído do vento
Que as folhas cobrem de som
Despe-me do pensamento
Sou ninguém, temo ser bom.

Fernando Pessoa

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