quinta-feira, 29 de março de 2007

Poema


Tenho quarenta janelas
nas paredes do meu quarto.
Sem vidros nem bambinelas
posso ver através delas
o mundo em que me reparto.
Por uma entra a luz do sol
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.
Por esta entra a Via Láctea
como em vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens
pela outra a escuridão.
Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza
pela da frente a beleza
que a inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho....

António Gedeão

2 comentários:

Anónimo disse...

Pela triangular entra o amor
sendo a base entre dois pontos
pelos quais, sobe o furor
baseado em bonitos contos
impossiveis de contar...
só mesmo quem sabe amar,
chega ao vertíce, ao topo,
ao auge da convergência...
onde a ciência exacta tem de falhar
para ganhar o pensamento
daqueles para quem o amar
nunca é em sofrimento,
sabendo entender e pesar
os três vertíces do juramento
amor...verdade e sentimento

GraçaGrega disse...

Tanto sentimento...que bonito anónimo.
Verdade acima de tudo...sempre!
Beijo..-)